Fazia tempo que não postava uma playlist por aqui né? Como disse alguns dias atrás, a quantidade de assuntos para conversar aqui no blog tem sido tão grande que eu acabei deixando tags tão amadas como essa um pouco de lado. Não por muito tempo, pois vocês sabem que eu não aguento ficar sem postar por aqui os meus hits favoritos! E como tem música no mundo né? Essa é de fato uma tag infinita.
Além de música, que vocês já sabem que é uma das minhas maiores paixões das quais eu não passo um dia sem, já contei aqui que também sou apaixonada por cinema. Falei até dos meus filmes preferidos, dos meus figurinos preferidos entre outros pitacos que dou aqui e ali sobre a -- arte. Uma coisa tem muito a ver com a outra, e era apenas uma questão de tempo até eu traçar a relação entre as duas e trazer aqui minhas trilhas sonoras favoritas! Porque sério, tem filmes cujas cenas são tão bem projetadas em cima da música, ou a música em cima da cena, que a gente se emociona. Mas afinal, não é esse o grande ponto da coisa toda?
Crown On The Ground - Sleight Bells (The Bling Ring)
Quando assistimos um trailer, um trailer genuinamente bom, um fenômeno se desperta; nos sentimos na pele do personagem. Seja ele um bêbado correndo em alta velocidade ou um adolescente rebelde assaltando casas de famosos, um bom trailer está sempre embalado por uma música que, querendo ou não, combina com os personagens da trama. E é assim que eu me sinto quando escuto "Crown On The Ground", como se eu fosse um dos bandidinhos de The Bling Ring. É só botar ela pra tocar que eu já estalo meus dedos desesperada por a) um óculos de sol bem grande b) Chanel e c) um celular pra ligar pra minha amiga Paris e combinar um jantarzinho com a Linsay Lohan. Agora eu pergunto, tem magia maior que essa?
I Need You - M83 (Divergent)
Não, eu não li o livro, eu não conhecia a série e eu não fazia ideia da história. Mesmo assim, eu a-m-e-i esse filme. Uau, que grande revelação né? Uma adolescente gostar de uma trilogia de romance juvenil de ficção científica. Realmente, não fui muito original nessa, mas nem tinha como, o filme é mesmo bom galera. Tem várias cenas que voltam como flashes, uma delas, provavelmente a mais emocionante de todo o filme (ok, aí que entra a minha individualidade por não ter escolhido como mais heartwarming a manjada cena do "grande beijo"), é quando Tris - protagonista vivida por uma ainda cabeluda Shaileene Woodley - cruza a cidade numa tirolesa de tirar o folego. O som que embala essa viagem? I Need You, do M83. Eu já era mega próxima dessa música e te-la ali, naquele momento, voando com a Tris... foi simplesmente o casamento perfeito.
Girl, You'll Be A Woman Soon - Urge Overkill (Pulp Fiction)
E por falar em cenas favoritas, como não amar o momento mais épico de Pulp Fiction? Ok, ok, o clássico de Tarantino tem incontáveis momentos incríveis, mas o meu favorito sempre foi o encontro de Vince com Mia. Todo aquele discurso dela sobre o silêncio, e como nós precisamos parar de nos sentir desconfortáveis quando bate aquela pausa dramática numa conversa e como temos que começar a apreciar o silêncio em companhia dos outros é genial. Mas calma, minha cena preferida ainda não é essa. Lembra quando eles chegam na casa dela, e ela coloca a música e começa a dançar? Pronto, ta aí, meus dois minutos favoritos do filme (ficam pouco na frente do tiro acidental do Vincent no carro e da aparição poderosa do Wolf). Porque? Não sei, acho que o embalo da Mia me cativa. Claro que ela tinha que estragar tudo quase morrendo por ter confundido heroína com cocaína ali na hora, mas esses poucos segundos em que ela dança, canta e vibra "Girl, You'll Be A Woman Soon" já valem todas as convulsões e sangramentos nasais. Essa é a música do filme, essa é a música que quando alguem pensa em Pulp Fiction, vem à cabeça, essa é a música que entrou pra história do cinema.
No Church In The Wild - Jay Z feat. Frank Ocean (The Great Gatsby)
Existem dois tipos de filme em Hollywood: os que colocam músicas em suas cenas, e os que fazem uma trilha-sonora. Sim meus queridos, existe uma diferença. Uma trilha-sonora leva trabalho, pesquisa, criatividade e, muitas vezes, criação própria. Pode perceber que os grandes blockbusters, os longas que tem investimento de peso em sua produção, vem acompanhados de uma trilha feita sob medida que se adequa a cada segundo de sua trama. The Great Gatsby foi um desses grandes filmes, que reuniu para compor sua musicalidade artistas como Lana Del Rey, The XX, Fergie e, juntos de maneira nunca antes vista, os reis do hiphop Jay Z e Frank Ocean (amo ♥). Essa união dos dois rendeu um fruto lindo, chamado "No Church In The Wild", que é uma daquelas poucas músicas que unem letra (muito. bem. escrita) e ritmo, sem deixar a desejar em nenhum dos dois. Tem cada frase nessa música que meu Deus, faz você parar pra pensar. E o interessante é que elas batem em você aos poucos, pois estão tão bem entrelaçadas com as notas do hit que é difícil distinguir o que é batida do que é palavra.
Pursuit Of Happiness - Kid Cudi (Project X)
Todo adolescente que se prese já viu e, consequentemente já sonhou com uma festa igual à do filme Project X. E enquanto esse sonho não se realiza para a maioria, a gente se agarra na música mais marcante desse filme insano e reza pra que um dia algum maluco esteja disposto a colocar fogo na própria casa e afundar o carro do pai só pra que a galera tenha a noite mais inesquecível de suas vidas! Hahaha Brincadeiras a parte, é um hit "das baladas" super animado ao mesmo tempo que leve. Quando toca, é sucesso (e "uhuuuul") garantido.
Everybody's Gotta Learn Sometime - Beck (Eternal Sunshine of a Spotless Mind)
Já falei aqui que um dos meus filmes favoritos da vida é "Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças". Por seu enredo inesperado e atuação intensa? Com certeza. Mas nenhum filme alcança esse status acompanhado apenas destes artifícios. Pra mim, tem que ter algo a mais, e esse algo está fincado na voz de Beck em sua versão do clássico "Everybody´s Gotta Learn Sometime". Uma música calma, mas poderosa, daquelas que consegue penetrar fundo sem abdicar de sua leveza, de sua harmonia. A melodia desse cover é tão suave que pode até fazer você querer dormir, mas a emoção presente nela, a calma melancólica na voz de Beck e o ritmo gostoso de se ouvir podem, e isso eu digo sem exageros, instigar algumas lágrimas aqui e ali (principalmente se a experiência for acompanhada do filme, ai é chororô na certa sem eufemismo! Haha)
Nights In White Satin - Moodly Blues (Dark Shadows)
Um dos filmes que eu mais vi na vida, acreditem ou não, é "Sombras da Noite". Nem tinha como não ser; virtuado nos anos setenta, estrelando Johnny Depp arrasante de vampiro? Tinha apenas de ser um dos melhores longas dos últimos tempos. Ahh, e sabe essa parte dos anos setenta? Ela é incorporada em tudo galera. Vestuário, comportamento e, claro, música! Dentre os inúmeros hits vintage da trama, o que mais marcou esse filme pra mim foi "Nights In White Satin", do Moodly Blues. Escuto essa música e pá, lá estou eu em Collinswood aprendendo bruxarias com a Angelique de dia e sugando o sangue de operários com o Barnabas a noite. Essa música tem uma atmosfera nosferática toda dela, e acho que, por eu já ser previamente instigada por esse estilo, eu me identifiquei bem com a fantasia que cobre esse hit.
Once Upon A Dream - Lana Del Rey (Maleficent)
Digam o que quiserem do cover que a Lana fez de "Once Upon a Dream". Que ficou macabro, que parece alguém morrendo, que ta muito pesado... Gostem ou não, uma coisa é certa; super. combinou. com. ela. Não tinha no mundo alguem melhor pra fazer a trilha de Maleficent, e não tinha enredo melhor para trazer vida a uma música da Lana. É aquela velha história do casamento perfeito, uma coisa combinou totalmente com a outra. O ar dark e sombrio que Del Rey trouxe à antiga canção da Disney não podia ter ficado mais apropriado para com essa nova versão da história de Malévola. E sim, apesar de eu achar que a voz engrossou um pouco demais aqui e ali, não tem como negar que essa música tem uma certa magia.
Assistir filmes com os olhos de um aficionado por músicas é bem mais legal, né? Haha. Eu até entendo a proposta de alguns diretores para diferentes gêneros onde a trilha-sonora é dispensável, mas sinceramente, pra mim, assistir a um filme que não tenha música é a mesma coisa de comer uma pipoca que não tenha sal; o gosto ta lá, mas cadê a graça?